Triste futebol o nosso

A bola já rola de novo pelos nossos estádios, e com ela regressam também as crónicas neste blog. Era um regresso aguardado e ansiado. Mais de ver as camisolas vermelhas do que a própria bola ,claro. E depois de uma excelente pré-época em que o Benfica adornou a sua sala de troféus com mais quatro canecos, iniciava-se a época oficial em clima de enorme euforia. Para alguns desmedida, no entanto justificada para mim.

Mais de 54 mil pessoas dirigiram-se então á Luz para ver o novo Benfica. Em caso de vitória distanciaria-se desde já dos mais directos rivais que entretanto haviam tropeçado. No entanto para infelicidade de todos , o resultado não iria ser o esperado e o Benfica iniciava mal a campanha 2009/2010. Facto que aliás eu já receava. E explico porquê: Durante a pré-época o Benfica defrontou grandes equipas europeias como o Milan, Atlético Madrid, Ajax, Shaktar , Portsmouth, entre outras. No entanto a equipa que mais dificuldades lhe criaria acabaria por ser o Olhanense. E a explicação está no meu entender na forma como as equipas portuguesas encaram o jogo. Mais do que pensarem em jogar , pensam em não deixar jogar. E ontem o Maritimo foi o mais fiel exemplo disso mesmo. Para os mais distraídos a equipa insular jogou com 2 laterais esquerdos e 2 trincos, sendo que o objectivo principal dos 2 trincos era não deixar jogar Aimar. E perto do fim ainda acrescentou mais um central aos 2 que já lá estavam , acabando o jogo numa espécie de 6-1-2-1. Sendo que passou o jogo sem desenhar um único lance de ataque vivendo apenas de lançamentos longos para os 3 homens da frente.

Só isso já representava um enorme "autocarro" á frente da baliza madeirense, no entanto os comandados de Carvalhal ainda acrescentaram ao ramalhete um anti-jogo desprezível. E a prová-lo está o site oficial da Liga que nas estatisticas sobre o jogo de ontem apresenta um total de jogo útil de 47 minutos , o que dá 50 minutos de jogo parado. Pela lógica os espectadores viram apenas meia parte de futebol. E falando sobre isto não posso evitar falar sobre a crónica do jogo feita pelo jornal "A Bola". Eu que sou um critico feroz dos jornais desportivos, tenho que dar os parabéns ao autor da dita crónica, Vitor Serpa ( por acaso director do jornal e pessoa com quem discordo na maioria das vezes). Escreveu ele, e estou a citar : " Uma coisa é defender bem, outra é fazer anti-futebol e anti-espectáculo" (...) " teve (o Benfica) que jogar em alto risco para derrubar um autocarro que vinha da Madeira com um futebol do século passado" (...) " definitivamente não pode nem deve haver mérito no desrespeito pelo espectáculo" (...) " o anti-jogo e o anti-futebol desrespeitam antes de mais os espectadores, depois o próprio futebol. É aliás uma doença que deve ser por todos, contrariada". Concordo em absoluto com tudo isto. O Marítimo de ontem é uma vergonha e um insulto ao futebol português e a Portugal.

Para além die tudo isso assistimos ainda a mais uma daquelas exibições de uma vida do guarda-redes adversário. Mas isso já se torna habitual. Habitual também é a diferença de critérios dos nossos árbitros.

Quanto ao jogo e apesar da frustração do resultado, fica de positivo as actuações de Coentrão, Weldon ( surpreendente para mim) , e também Di Maria.

Por fim deixo-vos um facto curioso. A primeira jornada desta super Liga teve um total de 78685 espectadores sendo que só na Luz estiveram 54102, quantos estiveram nos outros estádios????