terça-feira, 22 de setembro de 2009

E que tal lerem as regras

Fala-se muito em Portugal sobre arbitragem. E normalmente fala-se mal. Dizem que a culpa dos erros de arbitragem é do clima de tensão em que os árbitros vivem, provocado por jogadores , técnicos e dirigentes.
Fala-se muito também, na necessidade da profissionalização dos árbitros. Não discordando desta medida , devo no entanto dizer , que antes de se profissionalizarem os árbitros , é necessário primeiramente profissionalizar comentadores desportivos e jornalistas desportivos. Aliás nem sei se ser comentador de futebol chega a ser uma profissão. É que como o mais recente caso do Carlos Azenha demonstrou eles pouco percebem do assunto.
Uma coisa é estarem sentados numa cadeirinha a debitar parvoíces, outra bem diferente é pôr uma equipa a jogar á bola. E se pensarmos bem na maioria de comentadores da bola que por aí vemos , dá que pensar por que raio é que alguém lhe dará ouvidos.
Pergunto-vos : o que é que pessoas como C. Azenha, Luis Freitas Lobo, Rui Santos , A. Tadeia, entre muitos outros já fizeram para poderem criticar ou elogiar quem quer que seja.
Mas voltando á arbitragem , o problema agrava-se quando estes pseudo-comentadores e jornalistas dão opiniões sobre arbitragem . Das duas uma , ou são parciais ou desconhecem as leis de jogo.
Se desconhecem as leis de jogo , logo não deviam dar opinião sobre essas matérias , porque dando opinião correm o risco de enganar quem os ouve e vê. Se são parciais pior ainda.
Posso aceitar que jogadores e treinadores puxem a brasa á sua sardinha , e em último caso aceito que alguns participantes de debates futebolísticos em que cada um defende o seu clube, sejam parciais também. Agora um jornalista e um comentador jamais poderão ser parciais.
Tudo isto para falar sobre o lance que originou o penalti que daria a vitória ao Benfica no jogo com o Leiria. Em directo nas rádios e na televisão, e mesmo mais tarde , houve quem pusesse em causa a legalidade do lance. Ora , isso demonstra um total e completo desconhecimento das leis do futebol. Ou no pior cenário PARCIALIDADE.
Dei-me ao trabalho de ir ler as leis que regulam o futebol e uma delas diz mais ou menos isto:
- Qualquer jogador que ao tentar jogar a bola , coloque (com o seu movimento) em causa a sua integridade física ou do adversário deverá ser punido por jogo perigoso, havendo lugar á marcação de livre indirecto.
- Se para além do jogo perigoso houver ainda contacto físico haverá lugar á marcação de livre directo. Penalti se tal ocorrer dentro da área.
- Se o jogo perigoso parar um lance de golo iminente, o jogador infractor deverá ser expulso de jogo.

Como tal esta é uma lei que não deixa espaço para dúvidas. Não só foi penalti como o jogador do Leiria deveria ter sido expulso. Não entendo portanto a impunidade com que deixa passar este facciosismo de jornalistas e comentadores que influenciam opiniões de adeptos menos informados.
Mas a verdade é que esta é a realidade em que vivemos . Num país onde se passam repetições apenas quando dá jeito, onde comentadores só falam quando lhes dá jeito, onde se brinca com linhas virtuais como der jeito, enfim.
Por isso mais uma vez digo: em vez de se profissionalizar os árbitros o melhor será profissionalizar os jornalistas.

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