Terminada que está a época de basquetebol, é altura de fazermos um pequeno balanço da prestação encarnada em 2010/2011. E se olharmos para a última impressão, e refiro-me á derrota na final do campeonato, o quadro não é muito animador. No entanto depois de uma análise mais profunda apercebemo-nos de que as coisas não são assim tão lineares.
Começando do principio e da planificação do plantel para esta época parece-me que foi aqui que tudo falhou. Senão vejamos, o Benfica viu sair jogadores nucleares da equipa como Will Frisby e João Santos e reforçou-se com jogadores como Francisco Jordão, Rodrigo Mascarenhas, Cordell Henry e Mike Williams que nada acrescentaram á equipa e praticamente nem jogaram. Greg Jenkins acabou por ser a contratação menos má, mas ficou a anos luz de Will Frisby , para nem falar em Seth Doliboa. Por outro lado ,com a saída de João Santos o Benfica ficou órfão de especialistas em tiro exterior e isso reflectiu-se e muito na final dos playoffs onde o Porto ganhou alguns jogos á custa da eficácia na linha dos 3 pontos, sendo o mesmo João Santos (agora do outro lado) um dos destaques.
Como tal, das duas uma, ou os responsáveis encarnados forem sobranceiros em demasia em não deram á equipa o upgrade necessário, ou então foram terrívelmente incompetentes na escolha dos jogadores. Em qualquer dos casos, daí resultou um plantel muito inferior aos dos dois últimos anos e um plantel inferior ao do rival Porto, que se reforçou bem para a época de 2010/2011.
A somar ás carências do plantel, somou-se a desgastante (embora prestigiante) participação na EuroChallenge. E este regresso do Benfica acabou por ser positivo sendo o clube encarnado eliminado apenas na segunda fase. Acredito até que os responsáveis encarnados não esperariam uma carreira tão longa na Europa e o desgaste no plantel que daí resultou.
Não obstante, sou da opinião que o Benfica poderia ter chegado ainda mais longe na Europa , uma vez que na segunda fase perdeu vários jogos por curtas diferenças, jogos que poderia ter ganho com um ou outro jogador que fizesse a diferença nos momentos chave.
E empenhado na caminhada europeia o Benfica encarou o campeonato quase em regime de part-time, tendo ainda tempo para ganhar pelo meio dois troféus : A Taça Hugo dos Santos (Taça da Liga) e a Supertaça, saindo o Porto derrotado em ambas das vezes.
Quando a final dos playoffs chegou, era quase unânime de que o Porto venceria facilmente, e para muitos a dúvida seria se o Benfica venceria algum jogo que fosse. No entanto contrariando as expectativas mais ou menos fundadas o Benfica ganhou os três jogos em casa e levou a decisão para a negra novamente na casa do adversário . Para mim , chegar ao sétimo jogo era já muito positivo dados os desiquilibrios do plantel em relação ao adversário.
No jogo final o Benfica acabaria por perder, ficando apenas o amargo de boca devido ao facto do Benfica ter somado nesse jogo quase duas dezenas de turn-overs e falhado suficientes lances livres para ganhar o jogo e o campeonato. Ficou assim a ideia de que não fossem os erros próprios e o Benfica venceria aquele jogo.
Realce para Marquin Chandler, contratado já na fase final da época e que veio mascarar algumas das debilidades do plantel especialmente a nível ofensivo.
Em resumo, apesar de falhado o tri-campeonato , o Benfica realizou positiva caminhada europeia, ganhou dois troféus (tantos como o Porto) e caiu de pé dos playoffs , fazendo desta uma época positiva , tendo em conta as carências do plantel.
Saudações Benfiquistas
Ricky
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